Dessa vez, não vamos começar este artigo falando sobre a definição técnica de um ataque DDoS. Sabe por quê? Porque só neste mês de outubro, o ecossistema de rede que monitoramos sofreu mais de 1.400 ataques.
Ataques que a sua empresa sentiu, mas não no sentido de parada ou lentidão. Ela sentiu como um escudo sente um impacto: a ameaça foi real, mas o golpe foi absorvido, e a operação não ficou nem um segundo parada, oscilante ou indisponível.
Vamos repetir o número: mais de 1.400 ataques num espaço de 28 dias. Isso é uma média de mais de 50 ataques diários sendo mitigados em tempo real pela nossa infraestrutura.
Esse número, que é assustador por si só, representa um aumento de 53% em relação ao comparativo do último ano e deste último trimestre. As ameaças não estão apenas acontecendo; elas estão crescendo exponencialmente.
E sabe quanto tempo nossas soluções de conectividade ficaram paradas na sua empresa? Nenhum.
Aliás, você percebeu?
Se a resposta é “não”, então este artigo cumpriu seu objetivo antes mesmo de ser escrito. Mas agora, vamos mergulhar fundo no porquê isso acontece e por que a “proteção DDoS” deixou de ser um item opcional de TI para se tornar o pilar central da continuidade de qualquer negócio digital.
Para entender a importância da proteção, precisamos dissecar a ameaça. Um “Ataque Distribuído de Negação de Serviço” (DDoS) é, na sua forma mais simples, um congestionamento digital malicioso.
Imagine que sua empresa tem uma loja física com uma porta de entrada. Essa porta é larga o suficiente para seus clientes entrarem e saírem confortavelmente.
Agora, imagine que um concorrente mal-intencionado contrata 10.000 pessoas para irem até a porta da sua loja ao mesmo tempo, sem a intenção de comprar nada. Eles apenas ficam parados na entrada, bloqueando a passagem.
O resultado? Seus clientes legítimos, aqueles que realmente querem comprar, não conseguem nem chegar perto da porta. Para eles, na prática, sua loja está “fechada” ou “fora do ar”.
Um ataque DDoS faz exatamente isso com seu site, seu sistema de e-mail, seu aplicativo ou sua conexão de internet. Ele usa um exército de dispositivos infectados (computadores, celulares, câmeras de segurança, etc.) para enviar uma avalanche de tráfego falso e inútil para o seu servidor.
O objetivo do ataque não é roubar dados (embora possa ser usado como distração para isso), mas sim esgotar seus recursos — seja a largura de banda da sua conexão, a capacidade de processamento do seu servidor ou o limite de conexões do seu firewall. Quando esses recursos se esgotam, o serviço para.
De onde vêm esses “10.000 robôs”? Eles vêm de uma “botnet”.
Uma botnet (rede de robôs) é uma rede de dezenas, centenas ou até milhões de dispositivos que foram infectados por um malware. O dono do dispositivo muitas vezes nem sabe que está infectado. O criminoso (o “mestre da botnet”) pode então “alugar” o poder de fogo dessa rede para quem quiser pagar, tornando o lançamento de um ataque DDoS assustadoramente barato e acessível no mercado clandestino.
É por isso que o volume de ataques está crescendo 53%. Não é mais um ataque artesanal; é uma indústria de crime como serviço (CaaS – Crime as a Service).
Nem todo ataque DDoS é igual. Eles são sofisticados e podem mirar diferentes partes da sua infraestrutura. Para um SEO eficaz e uma compreensão completa, é crucial categorizá-los.
- Ataques Volumétricos (A Força Bruta)
Este é o tipo mais comum e o mais fácil de entender. O objetivo é simplesmente saturar sua banda de internet. O ataque envia um volume tão gigantesco de tráfego (medido em Gigabits por segundo – Gbps) que o “cano” da sua conexão entope.
- Exemplos Comuns: Inundação UDP (UDP Flood), Inundação ICMP (Ping Flood).
- Analogia: É o ataque das 10.000 pessoas bloqueando a porta da loja.
- Impacto: Se sua empresa tem um link de 1 Gbps e recebe um ataque de 10 Gbps, toda a sua conexão para. Nada entra e nada sai.
- Ataques de Protocolo (O Esgotamento de Recursos)
Estes ataques são mais cirúrgicos. Em vez de focar na largura de banda, eles miram o “cérebro” dos seus equipamentos de rede, como firewalls ou balanceadores de carga.
Eles exploram como os protocolos de internet (como o TCP) funcionam. Um ataque clássico é o SYN Flood.
Funciona assim: para estabelecer uma conexão (como acessar um site), seu computador envia um pedido “SYN” ao servidor. O servidor responde com um “SYN-ACK” e reserva um espacinho na memória, aguardando a confirmação final (“ACK”) do seu computador.
Em um ataque SYN Flood, o criminoso envia milhões de pedidos “SYN” falsos, muitas vezes de IPs forjados. O servidor responde a todos eles (SYN-ACK) e fica esperando a confirmação que nunca chega. Em segundos, a memória do servidor se esgota com essas “meias-conexões” pendentes, e ele não consegue mais aceitar conexões legítimas.
- Exemplos Comuns: SYN Flood, Ping of Death.
- Analogia: O atacante liga para o seu PABX 10.000 vezes, mas desliga antes de completar a chamada. Todas as suas linhas telefônicas ficam ocupadas com chamadas fantasmas, e clientes reais dão sinal de ocupado.
- Impacto: Seu link de internet pode estar livre, mas seu servidor ou firewall está “travado” e não responde.
- Ataques de Camada de Aplicação (A Precisão Cirúrgica)
Estes são os ataques mais sofisticados, perigosos e difíceis de detectar. Eles não enviam um volume massivo de dados. Em vez disso, eles enviam poucas requisições, mas que parecem perfeitamente legítimas.
O objetivo é esgotar os recursos da aplicação (Camada 7), como o seu site (Apache, Nginx) ou seu banco de dados.
Um exemplo é o HTTP Flood. O atacante faz milhares de requisições que exigem muito processamento do servidor. Por exemplo, ele pede para recarregar uma página de busca complexa ou um carrinho de compras em um e-commerce milhares de vezes por segundo.
Como as requisições parecem ser de usuários reais, um firewall comum não as bloqueia. Mas para o servidor, é como se ele tivesse que fazer mil cálculos complexos de uma só vez, e ele eventualmente “cansa” e cai.
- Exemplos Comuns: HTTP Flood, Slowloris.
- Analogia: O atacante envia 10.000 clientes “falsos” para sua loja, mas em vez de ficarem na porta, eles entram e pedem para o seu único vendedor fazer cálculos de estoque complexos para 50 produtos diferentes, um de cada vez, paralisando o atendimento.
- Impacto: O site fica extremamente lento ou cai (o famoso “Erro 502 Bad Gateway”), mesmo com pouco tráfego de rede.
Os mais de 1.400 ataques que mitigamos em outubro não foram de um tipo só. Eles foram uma mistura caótica de todos os três, muitas vezes ocorrendo simultaneamente (ataques multi-vetoriais).
O aumento de 53% ano a ano mostra uma tendência clara: os criminosos estão mais ousados e com mais recursos (botnets). Eles atacam por vários motivos:
- Extorsão: O tipo mais comum. “Pague-nos 5 Bitcoins ou tiramos seu site do ar.”
- Concorrência Desleal: Um concorrente paga para derrubar seu e-commerce durante a Black Friday.
- “Hacktivismo”: Grupos que atacam por motivos políticos ou ideológicos.
- Distração: Usar um ataque DDoS massivo para “cegar” a equipe de TI enquanto um ataque de roubo de dados mais silencioso ocorre em segundo plano.
Quando sua empresa opera sem uma proteção proativa, você está vulnerável a todos eles. Você está operando com a sorte.
Muitos gestores pensam no custo do DDoS apenas como o “custo do resgate”, mas a realidade é muito pior. O verdadeiro custo está no downtime.
- Perdas Financeiras Diretas
O cálculo mais fácil. Se seu e-commerce fatura R$ 1.200.000 por mês, ele fatura R$ 40.000 por dia, ou R$ 1.666 por hora. Cada hora que seu site fica fora do ar é um prejuízo direto e irrecuperável de R$ 1.666 em vendas perdidas.
Mas é pior: se o ataque ocorre no pico da Black Friday, essa hora pode custar dezenas ou centenas de milhares de reais.
- Danos à Reputação e Confiança
Este é o custo invisível e mais perigoso. Um cliente que tenta acessar seu site e o encontra fora do ar não pensa: “Ah, devem estar sofrendo um ataque DDoS”. Ele pensa: “Esse site não funciona” ou “Essa empresa não é profissional”.
E o que ele faz? Ele vai no Google, clica no link do seu concorrente e compra lá. Você não perdeu apenas uma venda; você pode ter perdido um cliente para sempre. A confiança, uma vez quebrada, é difícil de recuperar.
- Consequências Operacionais e de Produtividade
E se o ataque não for no seu site, mas no link de internet do seu escritório?
De repente, seus 100 funcionários não conseguem acessar o sistema de ERP na nuvem. O time de vendas não consegue usar o CRM. O financeiro não consegue emitir notas fiscais. A diretoria não consegue fazer a videoconferência com o investidor.
O custo da produtividade perdida de toda a sua equipe, parada por horas, é astronômico.
Como Funciona a Mitigação DDoS Proativa? (O “Scrubbing”)
A única forma de se defender de um ataque DDoS moderno não é com um firewall mais potente. Um firewall é como uma porta trancada. Um ataque volumétrico é como uma avalanche de pedra; ele não se importa com a tranca, ele derruba a parede inteira.
A defesa real se chama mitigação, ou “Scrubbing” (lavagem).
É aqui que um provedor de conectividade como a Interede, que também é um especialista em segurança, faz a diferença. Não vendemos apenas um “cano” de internet; vendemos um “cano com uma estação de tratamento de água” no meio.
Funciona assim:
Etapa 1: Detecção (O “Guarda”)
Nossa rede não é “burra”. Ela monitora 100% do tráfego em tempo real usando inteligência artificial e análise de comportamento (heurística). Ela aprende qual é o padrão “normal” do tráfego da sua empresa.
No momento em que um tráfego anômalo é detectado — seja um pico de volume (ataque volumétrico), um número estranho de conexões SYN (ataque de protocolo) ou padrões estranhos de requisições HTTP (ataque de aplicação) — o sistema entra em alerta.
Etapa 2: Mitigação/Filtragem (O “Scrubbing Center”)
Automaticamente, em menos de um segundo, esse tráfego suspeito é desviado da sua porta e roteado para o nosso “Scrubbing Center” (Centro de Lavagem).
Este centro é uma infraestrutura massiva, com múltiplos terabits de capacidade e processadores de altíssimo desempenho, projetada para uma única coisa: apanhar.
É lá que a mágica acontece. O sistema inspeciona cada pacote de dados:
- Tráfego “Ruim” (Malicioso): Pacotes de UDP Flood, conexões SYN falsas, requisições HTTP de botnets conhecidas. Tudo isso é identificado e descartado na hora.
- Tráfego “Bom” (Legítimo): O clique do seu cliente real, o e-mail do seu fornecedor, a requisição do seu funcionário. Esse tráfego é identificado como seguro.
Etapa 3: Resposta (A Água Limpa)
Após a filtragem, apenas o tráfego bom e legítimo é re-roteado e entregue na sua porta.
O resultado? O atacante gasta milhões de dólares em um ataque de 100 Gbps. Nosso Scrubbing Center absorve e descarta os 100 Gbps de lixo. E o seu cliente, que gerou 1 Kbps de tráfego legítimo, navega no seu site sem nem perceber que uma guerra digital estava acontecendo nos bastidores.
A Vantagem da Interede: Por Que os 1.400 Ataques Não Pararam Ninguém
Para fazer isso funcionar, não basta “comprar uma caixa Anti-DDoS”. A proteção tem que estar na arquitetura central do provedor.
É por isso que, quando falamos em “Capacidade de Rede” (como em nossos artigos anteriores), mencionamos conceitos como Duplo Núcleo de Redundância e High Availability (Alta Disponibilidade).
Nossa proteção DDoS não é um “adicional”; ela é parte integrante do nosso núcleo de rede. Isso significa que a mitigação é mais rápida, mais inteligente e mais resiliente.
- Quando um ataque de Camada de Aplicação acontece, nossa inteligência de rede o identifica.
- Quando um ataque Volumétrico tenta saturar o link, ele é absorvido pela nossa capacidade de borda (Edge Computing).
- Quando um ataque de Protocolo tenta derrubar um equipamento, nosso núcleo redundante e de alta disponibilidade garante que o serviço continue operando por outra rota.
Os 1.400 ataques de outubro foram reais. O aumento de 53% é uma tendência de mercado. O zero downtime que nossos clientes experimentaram não foi sorte. Foi engenharia.
Por muitos anos, a única pergunta que importava ao contratar um link de internet era: “Quantos Mega?”.
Hoje, essa pergunta está incompleta. A verdadeira pergunta é: “Quão resiliente é a sua conexão?”
De que adianta ter um link de 10 Gbps se ele cai com um ataque de 5 Gbps? De que adianta a velocidade, se falta disponibilidade?
Os números de outubro são um alerta para todo o mercado. As ameaças são diárias, constantes e crescentes. A segurança de rede deixou de ser um problema exclusivo dos bancos e se tornou uma necessidade básica para qualquer empresa que dependa da internet para operar — ou seja, todas elas.
A conectividade moderna não é mais sobre velocidade. É sobre resiliência. É sobre garantir que, não importa o que aconteça do lado de fora, sua operação continue funcionando do lado de dentro.
Nós #CuidamosDeConexões. E hoje, mais do que nunca, isso significa cuidar da sua segurança.
Sua empresa está preparada para um aumento de 53% nas ameaças digitais? Não espere sua operação parar para descobrir. Fale com um de nossos especialistas e descubra como nossa arquitetura de rede e mitigação Anti-DDoS proativa podem garantir a continuidade do seu negócio 24×7.
Sua empresa foi atacada mais de 50 vezes por dia neste último mês. E você, percebeu? 🤔
Não, você não percebeu. E esse é o nosso trabalho.
Só em outubro, mitigamos mais de 1.400 ataques direcionados à sua operação. Isso é um aumento de 53% em relação ao ano passado. As ameaças estão crescendo, e rápido.
E sabe quanto tempo sua conexão ficou parada, oscilante ou lenta por causa disso? Nenhum segundo.
Isso não é sorte. É a nossa tecnologia de mitigação trabalhando silenciosamente para garantir que seu negócio nunca pare.
Conectividade de verdade é aquela que protege sua operação sem que você precise se preocupar com ela. Isso é #CuidarDeConexões.
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